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O porquê da ginástica visual e a plasticidade do sistema visual

É com frequência que conto a estória imaginária de um médico ortopedista que dizia a um paciente que tinha partido um pé que teria de usar muletas para o resto da vida. Imagino que todos sorrimos ao ouvir esta estória. Porém mais triste é o facto de ela infelizmente se aplicar à visão. Ou seja NÃO DEVERÍAMOS DE CORRIGIR UMA VISÃO DEFICIENTE COM ÓCULOS porque isso é o mesmo que admitirmos que o nosso pé partido não se regeneraria e curaria.

Confesso que ignoro o nome dos dois energúmeno médicos austrúacos que no século XIX, segundo Meir Schneider, terão enunciado dogmaticamente, e sem investigação científica,  que bão importa o que façamos, os sistema visual não pode nunca melhorar. Máxima essa que curiosamente a medicina convencional aceita de modo igualmente dogmático, apesar de alegar que todo o seu "conhecimento" provém de investigação científica.

A verdade é absolutamente outra, tal como as verdades sobre as narrativas que nos chegam através dos media, normalmente é outra totalmente oposta do que nos contam.
Podem a esse respeito ler no blogue sobre os contructos culturais a que a ciência convencional nos habituou como o medo dos ulta-violetas (UV) ou toda a desinformação sobre o colesterol.

O pioneiro da ginástica visual foi o oftalmologista americano em Nova Iorque, William Horatio Bates, que não só observou milhares e milhares de olhos de milhares de pessoas em diversas circunstâncias e concluiu que a visão de uma pessoa não ºe sempre constante. O stress emocional piora-a. Contudo estar bem descansado nem sempre resulta em melhor visão, sendo este um factor misterioso que me lembro de ter ouvido da parte de Meir Schneider, Por outras palavras por vezes a visão melhora ou piora e não se sabe exactamente porquê.

Un texto muito interessante sobre a plasticidade da visão observado por Bates vem citado no livro de Schneider "Vision for Life" (págs. 46-47) :
"Ninguém tem visão perfeita o tempo todo, e a nossa capacidade de ver varia. Bates observou centenas de milhares de olhos humanos, de animais, novos e velhos. Enquanto os seus pacientes dormiam, comia, adoecia, se submetia a anestesia, posava para fotos, fazia contas de aritmética, olhava para as estrelas, jogava à bola,  e cozia botões. Os resultados surpreenderam-no,  A má visão piorava um pouco, melhorava um pouco e tinha momentos de perfeita visão. O sono por vezes produzia uma visão pior. Olhos normais tornavam-se míopes todas as vezes que o paciente dizia uma mentira.


O facto mais óbvio para o cidadão comum, sobre a plasticidade do sistema visual é a capacidade de adaptação à escuridão e à luz. O astrónomos sabem que devem adaptar os olhos à escuridão algum tempo antes de começarem as suas observações. Há um caso célebre de um astrónomo que para fazer uma observação importante adaptou os seus olhos à escuridão durante duas horas.

Um facto científico importante para perceber como o sistema visual é plástico é o de que as imagens se formam na retina de pernas para o ar como se pode ver na figura seguinte.


Meir Schneider contou no seu seminário de 2017 que cientistas usaram durante 3 dias uns óculos que lhes permitiam ver as imagens ao contrário. Uma vez que o cérebro se habituou a isto e lhes foram retirados os óculos, esses cientistas tiveram de esperar mais uns dias até que voltassem a ver as imagens de modo normal.


Interessante são as experiências citadas no livro "O Campo" por Lynne McTagart sobre a percepção da visão. 

E citamos duas experiências descritas no capítulo 5. A primeira é retirada da obra de  Karl Pribram do seu livre "Brain and Perception"  na página 137 (ver em baixo)


"Nos experimentos do próprio Pribram com gatos, em que ele registrou frequências do córtex motor desses animais enquanto a pata dianteira direita estava se movendo para cima e para baixo, ele descobriu que, de maneira similar ao córtex visual, as células individuais no córtex motor do gato só reagiam a um número limitado de frequências de movimento, assim como as cordas individuais de um piano só respondem a uma amplitude de frequências limitada. "

Ora esta experiência vem dar razão ao conceito desenvolvido por Meir Schneider, de que a coordenação do corpo com o sistema visual é também um dos princípios da boa visão.


Citemos agora a experiência de Karl Spencer Lashley que em #O Campo" vem da citação de Talbot, Holographic Universe págs 18-19:

"Lashley descobrira que poderíamos cortar praticamente todo o nervo óptico de um gato sem interferir nem um pouco na capacidade do animal de ver o que estava fazendo. Para sua surpresa, o gato não apenas parecia continuar a enxergar cada detalhe, mas era capaz de executar complicadas tarefas visuais. Se havia algo como uma tela de cinema interior, era como se os pesquisadores tivessem destruído todo o projetor, com exceção de uns poucos centímetros, mas mesmo assim todo o filme estivesse tão claro quanto antes."


Os estudos que provam da complexidade e mistério da percepção, incluindo da visão são numerosos e vamos terminar este artigo com evidência empírica vivida pelo autor deste blogue

Desde logo a mais importante é a de Meir Schneider que nasceu com 1% de visão e hoje tem 70%. Schneider nasceu com cataratas e foi intervencionado 5 vezes das quais resultou que o seu cristalino está totalmente danificado. Afirma que cientificamente é impossível ver. Contudo ele treinou o seu cérebro para ser capaz de o fazer.

Entre outras coisas relatou no seu seminário de 2017 que o seu olho que vê melhor é o direito, apesar de ter o cristalino mais danificado que o esquerdo.

Para mim há dois momentos inesquecíveis que passei com Meir Schneider. O primeiro aquando da sua primeira estadia em Portugal, após cerca de 2 a 3 horas de ginástica visual na sessão de domingo à tarde, mandou-nos ler as folhas de letras grandes e pequenas que tínhamos como referência. E de repente as letras que tinham sido difíceis de ler no início da sessão, ali estavam bem mais claras.

A segunda ocorreu em 2017 aquando da sua 3a estadia. Tínhamos ido ao El Corte Inglês fazer umas compras e regressávamos ao Hotel Sana Rex na rua Castilho. onde decorria o seminário e onde estava alojado Parámos em frente às bombas de gasolina que estão um pouco acima do hotel. Meir mandou-me ler as letras e os preços dos combustíveis. Não consegui. Mandou-me olhar à fddtância e fazer um pouco de shifting. As letras e os números apareceram mais claros.

O sistema visual é plástico, e todos podem melhorar, não importa a condição que tenha, venha comprovar esse facto nas minhas oficinas de ginástica para a visão:




Nota : O livro "O Campo " de Lynne MacTagart, título original. "The field"
"O Campo" tem tradução Brasileira da


EDITORA ROCCO LTDA.
Av. Presidente Wilson, 231 - 8° andar 20030-021 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 3525-2000 - Fax: (21) 3525-2001 
rocco@rocco.com.br

www.rocco.com.br


Obras citadas no livro:
Talbot, M., The Holographic Universe (Londres: HarperCollins, 1996).


Pribram, K.H., Brain and Perception: Holonomy and Structure in Figurai Processing (Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum, 1991).




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